terça-feira, 29 de julho de 2008

Forget it

Não gosto daqui, mas acho que não gosto de nenhum outro lugar também. Começo a me sentir indiferente diante das coisas que costumavam me causar algum tipo de emoção forte, como se elas não fossem mais importantes, não existissem, e fosse normal eu virar a cara e nem reparar que estou saindo de casa de camisola, nem me assustar quando me der conta. O sol que cobre o gramado onde minhas amigas estão sentadas já não é mais tão quente; o abraço que eu sentia falta quando me via sozinha não consegue mais me fazer sentir viva; as declarações, os elogios, as críticas, os desapontamentos, os gritos, as gargalhadas, as broncas, tudo tem o mesmo som, o mesmo volume, como se viesse do mesmo lugar, e não tivesse diferença. A dor de cabeça depois de chorar, depois de me sentir injustiçada, de me magoar com coisas fúteis ou não, de tentar me impor para comigo mesma, de discutir sobre qualquer coisa com meu pai ou com qualquer outra pessoa, nenhuma dessas dores existem mais. Em troca, meus prazeres também sumiram. Sorrir, me sentir feliz, saber que tudo está completo, ter os melhores amigos que eu poderia ter, já não é como antes. Aliás, não tem nada do que era antes. Nem ouvir minhas músicas dá algum resultado. Nem pintar as unhas, nem fazer chapinha, nem me maquiar, nem me sentir bonita... ficar bonita pra que? Pro lápis ficar borrado tudo de novo no fim de tarde? Nem acho mais meus olhos tão bonitos. Nem tenho mais orgulho das minhas unhas. Simplesmente não sinto nada. E que se dane mesmo...

2 comentários:

Unknown disse...

Baseado em que vc quer uma definição? No meu post, de forma geral, ou o que?

Unknown disse...

E sobre seu post, bom, tudo tem um preço eu acho. O preço de sentir alegria é o de sentir tristeza, e o preço de não sentir tristeza é não sentir nada.