E é imaginando a cena que se pode perceber o quanto tudo é falso e devastador. É criando um luar distorcido pelo lixo tóxico que sai dos nossos pulmões, pelos sons que não se distinguem, pelas roupas que se perdem na noite, pelos pensamentos que não existem e pelas lágrimas suicidas que são ignoradas até um certo ponto. Esquecendo os últimos dias, até então os melhores dias, até perceber que nunca foram, que nunca serão.
Não servem pra mim.
Fugir daquilo que foi destinado a você não é muito fácil, é impossível. Os sentimentos antigos voltam no auge daquilo que foi o seu maior refúgio, quando menos se espera. E nunca se espera. A felicidade volta a ser um sonho, no caso, um pesadelo; e tudo some, não porque fogem, mas porque precisam sumir.
Não aguento mais o amor que eu tanto desejei, e que quando consegui se tornou inútil. Não aguento mais as pessoas me procurando, me querendo, adorando a diversão. Não aguento mais ter que rir quando quero chorar; não aguento mais ter que fingir que está tudo bem; não aguento mais nada, nada, nada! E por que?
A felicidade, por ser contagiante, acabou comigo. Nunca estive tão feliz em toda minha vida. E não, isso não é bom, porque agora eu quero morrer, mais do que nunca! E isso não é uma frescurinha daquelas emos que não sabem viver, eu sei viver, eu quero viver, mas ao mesmo tempo me sinto rasgar por dentro, querendo que tudo acabe, querendo voltar a ser quem eu sempre fui, aquela garota odiada, que sangra a todo momento, que chora pelos cantos, que quer sumir e, no final, se joga do abismo. E por favor, eu imploro, mais do que nunca, que ouçam meu grito e que me ajudem, porque eu to cansada de isso sempre acontecer.