terça-feira, 24 de março de 2009

O dia em que briguei com a minha bicicleta

Eu não teria relembrado esta trágica história se uma bola de vôlei não tivesse quebrado minha unha e me obrigado a deixar o treino. Na verdade, não quebrou, eu apenas fingi que tava sentindo muita dor pra sair dali, porque eu não estou em um dos meus melhores dias. Neste caso é melhor sair da quadra do que atrapalhar as outras garotas realmente boas. Ás vezes queria que alguns professores meus pensassem dessa forma ¬¬
Uma bicicleta passou sem iluminação nenhuma na frente do carro. O que seria normal, se não fosse quase oito da noite. Na verdade FOI normal, porque ela não passou exatamente na frente do carro, tava a uns dez metro de distância (sim, eu a vi). Não sei que cara eu devo ter feito, porque meu motorista (na verdade, minha mãe) me perguntou ironicamente se eu nunca tinha visto uma bicicleta antes. Sim, ironicamente.
E então eu me lembrei do dia em que briguei com a minha bicicleta.
Eu devia ter uns seis anos de idade (na verdade, eu digo que tenho essa idade para todos os episódios da minha infância; na verdade, eu nunca lembro quantos anos eu tinha; na verdade, a única coisa que eu tenho mais ou menos certeza que aconteceu quando eu tinha seis anos foi quando uma bicicleta - qualquer tipo de semelhança é uma mera coicidência - sugou meu pé para dentro da roda em velocidade e me fez chorar muito e estragou a viagem pra praia; na verdade, eu que sem querer coloquei meu pé ali). Enfim, eu tinha seis anos de idade, uma bicicleta vermelha duas vezes o meu tamanho e um espírito brincalhão que nunca se dava por satisfeito. Por incrível que pareça, passei a maior parte da minha vida me socializando com pirralhos e explorando o meu condomínio todo santo dia (na verdade, eu não passava da terceira rua porque não gostava do resto, e também porque cansava ir até a quadra). Portanto, uma bicicleta incrível nas mãos de uma piveta como eu teria que estar igualmente disposta a brincar 20 horas por dia.
O que eu não imaginava é que ela não foi muito com a minha cara, e infelizmente não percebi isso logo. Eu deveria imaginar, pois várias foram as tentativas frustradas de pedalar o máximo que eu podia sem cair. Como eu disse, eu era uma criança de seis anos, como iria imaginar que uma grande traição estava para acontecer?
Eu já conseguia pedalar um pouco melhor. Queria novos desafios. Uma rampa, quem sabe. Uma rampa bem íngreme. E lá estava eu, pedalando, em direção a subidinha que tem perto do lixão no estacionamento de pedrinhas. A subida foi um sucesso, porém percebi o perigo na hora de fazer a curva. Deveria ter sido um trabalho em dupla, mas minha bicicleta não estava muito afim de cooperar. E então, o desastre: caí. Mas caí feio. A humilhação era quase pior do que o ralado no joelho. Afinal, aquela era a rua mais empivetada do condomínio inteiro; e, como vocês sabem, pivetes nunca ficam dentro de casa. Eu não deixaria aquilo barato.
Eu me levantei primeiro, e comecei a chutar a minha inimiga. Ela, a ingrata, não mostrava se surpreender com minha raiva; seu plano havia dado certo. Era uma longa reta até meu portão, e aceitei a companhia apenas de olhos curiosos, sem dar muita atenção a eles. Minha bicicleta? Bem, na época eu não sabia muitos palavrões, então não podia mandá-la se foder. Sem trocar palavra alguma, a abandonei exatamente onde ela havia caído. E lá ela ficou.
Entrei em casa com uma fúria tremenda. Liguei a TV, e tentei me concentrar. Porém, como eu era bem conhecida entre a pirralhada, todos notaram que era a minha bicicleta ali. Inocentemente, vieram me avisar que eu havia 'esquecido' minha bicicleta na subida do estacionamento.
- Eu não tenho bicicleta.
Não lembro quantas vezes tive que repetir isso. Foram muitas!
Por mim, ela ficaria ali pra sempre, passando frio e fome, sentindo muito a minha falta, e se arrependendo amargamente do que fez. Eu não estava nem aí.
A rua finalmente estava silenciosa, a noite caía. Era a deixa para as mães chamarem seus filhos para o banho e para o jantar. Tudo ficou deserto; apenas podia se enxergar os rastros de destruição deixado por nós, pirralhos. Algumas plantas arrancadas, alguns chinelos perdidos, areia faltando no parquinho, e uma novidade: uma bicicleta abandonada na rua. A minha ex-bicicleta. Traidora, sem vergonha. Não merecia ser notada, nunca!
Mas foi. E pela minha mãe.
- Você vai até lá pegar a sua bicicleta, agora!
Traída duas vezes no mesmo dia. Pela minha mãe e minha bicicleta. Nada podia fazer, sabia que estava recebendo ordens de uma superiora. Fui, mas fui contra a minha vontade. Toquei em seus guidões, estavam gelados (acho que era inverno). Não subi nela, apenas a guiei até o portão. Contra a minha vontade. Porém, no caminho, fui percebendo o quanto adorava sua companhia. O quanto aquele barulhinho de roda e pedal me animava. O quanto a minha bicicleta era linda. Realmente, era uma das mais legais daquela rua, senão do condomínio inteiro. O quanto eu senti sua falta.
Eu não disse uma palavra, mas acho que ela me entendeu. Estava quietinha também, olhando pra frente, poderia dizer que estava cabisbaixa, mas não me lembro bem. Não estava com o mesmo ar metido que sempre teve. E na metade do caminho já havíamos feito as pazes.
Nunca mais caí daquela bicicleta. E nunca consegui fazer manobras tão incríveis como naquela época.
Hoje em dia não sou tão louca de vitalizar coisas inanimadas. Quando brigo, não são com bicicletas, infelizmente hauhua. Fazer as pazes com pessoas é bem mais difícil :~
E é por essas e por outras que a nostalgia pode ser algo perigoso para um ser humano ¬¬

segunda-feira, 23 de março de 2009

Chega!

Okey. Muitos me perguntam porque eu tenho tanta necessidade em magoar as pessoas. Na verdade não, eu só quis começar o post de hoje com isso. Seria menos solitário do que dizer 'eu me pergunto porque tenho tanta necessidade em magoar as pessoas', mas não faria muito sentido eu me perguntando uma coisa dessas, pois eu sou orgulhosa e não to nem aí pra ninguém, como MUITOS falam de mim.
Acontece que pessoas como eu, impulsivas e idiotas, talvez vivam em um mundo imaginário que palavras não fazem sentido quando todos podem ler seus pensamentos. Entendeu? É por isso.
Em outras palavras, eu não sei.
Mas podemos esquecer tudo isso com um picolé de morango. Eu prefiro de limão, mas limão não é poético, é azedo. Eu também prefiro saltitar em vez de andar por aí, mas isso é considerada uma atitude bem bizarra, executada por pessoas insanas com placas enormes de 'mantenha distância porque eu sou uma pessoa insana que faz coisas bizarras, entre elas te fazer passar vergonha na rua'. Eu também prefiro pintar minha unha de azul do que de rosa, e também prefiro fazer uma prova de química orgânica do que escrever uma dissertação sobre a crise mundial. Prefiro assistir Bob Esponja do que BBB, prefiro girar na cadeira de rodinhas do que ir pra praia, e prefiro subir em árvores do que fazer compras. Prefiro falar de assuntos idiotas no meu blog do que escrever coisas interessantes. Acontece que no final tudo é igualmente inútil, que eu não me importo.
Prefiro magoar as pessoas do que fazê-las gostarem de mim. E por que?

domingo, 22 de março de 2009

Sweet little lie

Um dia estranho, uma noite estranha, e um sonho estranho. Estranho no sentido 'uma mistura de coisas que se tornam insuportáveis quando somadas'. Não sei se a pior coisa foi me ver engatinhando no carpete em um vídeo que eu havia esquecido até minhas amigas quererem assistí-lo, ou se foi esquecer as coisas boas e ruins por um momento enquanto eu girava minha cabeça naquele showzinho medíocre, que eu até gostei, ou se foi ter roubado algumas energias negativas naquela putaria toda, depois me trancar no banheiro por dez minutos querendo morrer até eu ser a única a sentir minha falta. A dor era pior quando eu pensava no meu passado. Minha mãe estava tão linda naquele vídeo, nem parecia que já chegou a ser feliz um dia. E aquele bebê, não era eu. Eu não queria pensar que eu também já fui feliz, que eu perdi toda a minha inocência e amor próprio, porque eu não sei se eu me amo ou me suporto, apenas admiro aquela puta maquiada de cabelo liso no espelho. Me tornei fútil, idiota, pensando que meu interesse pelo vestibular me salvaria de todas essas acusações igualmente inúteis. E minha cabeça só dói, dói, e dói, e eu não quero pensar em mais nada a não ser no John, mas quem aparece não é ele. Tive que fugir de vampiros, de lobos, e de pessoas inconvenientes. Mas eu preferiria continuar nesse sonho do que lembrar de tudo que aconteceu. Só sei que eu não aguento mais e não sei o que fazer, e a dor de cabeça está tão insuportável que eu não consigo jogar meus problemas pro ar. Ah, se você estiver lendo isso, Vinicius, desculpa pelo que eu vou dizer agora. Ontem a noite foi a pior noite até agora. O barzinho era legal até, as pessoas pareciam divertidas e sociáveis (menos eu), e eu poderia ter aproveitado isso, mas não deu. Ninguém teve culpa de nada, eu só tenho um problema que na verdade não é um problema, só que eu não posso contar pra ninguém porque ninguém vai entender, acreditar, ou sei lá. E eu to cansada dessa merda de dor de cabeça! Que saco, e ainda tenho prova de história amanhã.
Acho que vou me trancar em casa nos fins de semana até o ano que vem.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Remember Me

It's safe to say I'm lonely now
A place called home is just a memory away
I know I've done this all before
A thousand silent voices begging me to stay

Apologies all left unsaid
Secrets better left unspoken
Dreams are slowly put to bed
Rumors stirred and reawoken

If I try to get away
How long until I'm free?
And if I don't come back here
Will you remember me?

It's safe to say I'm nothing now
It's all so quiet but I can't forget the sound
A thousand voices call my name
A thousand hands that pull me back down to the ground

I turn away from what you are
Denying all that you have given
I find a place that's safe and far
In time all will be forgiven

If I try to get away
How long until I'm free
And if I don't come back here
Will you remember me?

- Okey. Eu sei que é chatíssimo ler letras de música no blog dos outros. Nem eu leio as músicas que postam (huahua desculpa Bruna). Só que eu me sinto tão vazia, mas tão vazia, que cada palavra dessa música entra na minha cabeça e fica brincando com o eco que tem lá dentro, não me deixando em paz. Haha, tosco, tosco, lero lero.
- Ontem me estressei legal e não quero lembrar de nada ;)
- As dúvidas que acabam comigo agora são... sérias, e eu to perdidinha, não sei o que fazer :~
Pela segunda vez me abandono e deixo tudo para o destino resolver. Não deu certo da primeira vez, mas foda-se, sempre me falaram para nunca desistir e sempre tentar mais uma vez, e mais, e mais, e mais, até dar certo (Y)
Lembrei até do Cazuza agora ._.
- Tenho uma teoria de que algumas pessoas se embebedam por substâncias imaginárias. Como provavelmente deve ser o meu caso. Eu bebo café no ar e fico elétrica, eu me drogo com a respiração dos outros, e acho que eu to brincando comigo mesma, e quando dou por mim não lembro de mais nada e as imagens se duplicam.
É, eu falo sério! .-.
- Como eu sei que ninguém lê posts compridérrimos (regra um), to tranquila :)
- Caralho, você vai lembrar de mim se um dia eu me matar? Se um dia eu simplesmente sumir? Se um dia eu descobrir que seu nome não está no meu futuro? Porque.. acho que do jeito que eu sou, eu vou ._.
E por isso eu sou idiota.

Quem aposta em quantos dias eu apago essa m*rda? HAHA, sou a única, vou apagar assim que eu voltar aqui, Beijos.