Arrumando um armário ignorado na minha escrivaninha, encontrei um CD que não ouvia faz muitos anos, cuja existência já havia deixado minha memória. Eu deveria me envergonhar de esquecer de um CD desses: Um duplo do Legião - Como É Que Se Diz Eu Te Amo - Platéia Livre. Um show feito no Rio de Janeiro, dias 8 e 9 de outubro de 1994 às 22h30. HAUHAUAH
Coloquei no som, voltei aos meus afazeres.
Mas confesso que, desde que me vi e senti completamente (e paradoxalmente) sozinha e abandonada, as músicas de Renato Russo foram com as quais eu mais me identifiquei e mais cantei em voz alta para espantar essa dor terrível que, até então, nunca havia sentido, nem imaginado que seria tão insuportável assim. Portanto, abandonei meus afazeres e comecei a cantar, gritando. Andrea Doria, Daniel na Cova dos Leões, La Nuova Gioventú, Monte Castelo, entre muitas, muitas outras em um total de 27 músicas.
Antes de tocar Vento no Litoral, uma das minhas favoritas de todos os tempos, ele perguntou ao público quem já tinha sofrido por amor. Ouve-se gritos (eu levantei a mão). "Isso tudo já se apaixonou de verdade??", perguntou em seguida. Novamente, gritos. Então, ele diz o que acabou de se tornar minha nova filosofia de vida: "Eu sempre faço essa pergunta, porque... EU NÃO ACREDITO NISSO. Eu cheguei à conclusão que se o amor é verdadeiro, não existe sofrimento". Como sempre, disse tudo. E em seguida... Vento no Litoral.
Nossa, como essa música é boa.