domingo, 11 de julho de 2010

(...)

Estava agora mesmo assistindo o programa 'Pânico' com meu irmão. Não gosto desse programa, mas só estava assistindo por assistir, sei lá. E estava tudo bem, tudo mesmo. Mas duvido que alguém tenha reparado além de mim, duvido que alguém tenha prestado atenção na música que tocou enquando Dunga e Maradona entravam no octódromo. Só um pequeno fragmento da música já foi o suficiente para acabar com a minha noite.
Nunca achei o banco do carro confortável. Na verdade, o carro em si passava uma imagem meio desequilibrada, mas dava pro gasto. Lembro inclusive de algumas ruas, até alguns faróis em particular, aqueles que piscavam umas luzinhas para sabermos que iria ficar verde daqui a pouco, e daquelas árvores que tinham na avenida, adoro árvores. Tinha um buffet perto do shopping, achava ele bonitinho, mas nunca lembrava o nome. Eu costumava ajudar a encontrar uma vaga, a estacionar o carro - lógico, não atrapalhar também é ajudar, certo? - e morria de medo de bater aquela porta enorme no carro ao lado. Mas o mais legal era o orgulho que eu sentia de apenas estar ali, passeando de carro, com ele. Na minha mente, predomina o silêncio das conversas, eu não queria distraí-lo ou deixá-lo nervoso, havia tirado carta a pouco tempo. E eu me 'achava' pra caramba naquele carrinho; não dispensava os óculos escuros e os cabelos ao vento, de vez em quando analisando sua fisionomia séria ao volante. E sempre ouvindo o mesmo CD, as mesmas músicas, eu sempre arrumava direito quando algum buraco na estrada fazia o CD pular. É esse o problema em encontrar seu prazer e felicidade nas coisas mais simples da vida. Qualquer gesto, qualquer palavra, qualquer olhar, pode significar muito. Apenas o fato de eu estar no carro já significava muito. E quando você se dá conta que nem essas pequenas coisas você poderá ter novamente (nunca do jeito que você quer), tudo só piora, e vira mais um desabafo. O poder da música é forte demais, te transporta quase que instantaneamente para seu estado de espírito mais (in)conveniente, dependendo da situação.
Chorar o fim de um bom relacionamento, para mim, é como chorar a morte de alguém. E não estou exagerando.
"Woah, Christian's Inferno
Woah, Christian's Inferno..."

Um comentário:

Anônimo disse...

eu espero anninha que não seja tão equivalente à morte quanto você diz. Não quero você chorando pra sempre. sz'